domingo, 28 de fevereiro de 2021
Recomeçar - Mestre Jesus
sábado, 27 de fevereiro de 2021
A Maternidade e o Sagrado Feminino - Independência e liberdade
O círculo familiar - Mestra Pórtia
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
O tempo é o de substituir os ruídos da mente pela brandura do coração – Mãe Maria
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
sábado, 20 de fevereiro de 2021
Os Assuntos pendentes e As Conclusões - Osho
A maternidade e o sagrado feminino: Como tudo começou?
Sabemos dos desafios que fazem parte de um novo começo na vida.
Todas as vezes que tentamos iniciar algo novo, há o incerto que nos acompanha. E nessa jornada, só temos a certeza da incerteza, de que não é possível prever nada diante da imensidão e oportunidades que a vida oferece.
Lembremos de tempos de criança, onde despreocupadamente estávamos a caminhar, a brincar, fazer amigos e inimigos, viver intensamente de tal forma que a brincadeira muitas vezes se tornava séria, motivo de choro e lágrimas ou de riso e alegria.
A verdade é que, inseridos nesse corpo físico, estamos sujeitos às oscilações emocionais que a matéria impõe, atrelados à malha planetária e ao que a humanidade como um todo escolheu vivenciar para sua própria evolução.
Fácil era quando pensávamos ser difícil. Pois cada passo que damos na vida, torna a caminhada um pouco mais desafiadora. Mas podemos escolher se utilizaremos a sabedoria adquirida através dos anos para tornar o fardo mais leve, olhando tudo com tranquilidade e serenidade, ou se nos deixaremos mergulhar nos novos desafios impostos pela evolução com mais dor e sofrimento.
Se olharmos para trás, observaremos que existiram momentos de alegria, alternados por fases intensas de aprendizados desafiadores. Nossa vida foi toda preenchida de mortes e renascimentos, dores e sorrisos, doença e cura, separações e uniões.
Mas o mais importante em toda a nossa história é a sabedoria adquirida na caminhada. Pouco importa o enredo.
Costumo dizer que estamos inseridos em uma grande peça de teatro, onde existem personagens, cada um vivendo da forma mais verdadeira possível o seu papel, e um enredo com história impressionante.
Será que somos capazes de nos colocar como personagens, mas conscientes de que é apenas um enredo, que nada disso é real?
A única verdade é a que somos centelhas de uma Fonte de Amor imensa, chamada de Deus. Poucos de nós compreendem o que quero dizer aqui, poucos compreendem Deus. E por isso estão a buscar e se identificar com seus personagens, sem perceberem o que são verdadeiramente.
Passamos a vida buscando a nossa identidade, descobrindo o que somos, para que viemos a esse planeta... começamos a nossa breve história da encarnação presente como bebês, gerados da união de um homem e uma mulher, e não há outra forma disso acontecer.
O que pode mudar é o trajeto depois, se somos aceitos ou não pelos pais, se o sentimento no momento da concepção foi o puro amor, ou se foi a luxúria, a dor, o sofrimento, o ódio...enfim...
Tudo isso contribui para formar o que somos hoje. E não há porque ter pena ou arrependimento, como também não há melhor ou pior, certo ou errado. Chegamos a esse plano da forma que foi planejado para nós e por nós, para que se formatasse a experiência que nos faria evoluir como seres eternos e imortais.
Olhar a vida sob essa ótica, nos ajuda a lembrar que não somos o que parecemos ser: não somos esse corpo físico, ou os filhos de nossos pais, homem ou mulher, irmão de alguém, ou primo de outro alguém... tudo isso é provisório e passageiro.
Eu arriscaria dizer que essa vida toda é apenas um piscar de olhos no tempo de nossa alma. E pensamos que a vida é tão longa, não é?
Começamos refletindo sobre como tudo começou, para tentar compreender porque a busca se torna tão sofrida na nossa vida. Porque nos apegamos e desapegamos de pessoas e coisas, de situações, e até de personagens que criamos em nós mesmos.
Nos apegamos à imagem que criamos para nós. Nos olhamos no espelho e vemos um advogado, ou um engenheiro, uma dona de casa, esposa, filha, tia... etc.
Julgamos se o que vemos é bonito ou feio, certo ou errado. Nos identificamos e procurarmos aprimorar com o passar dos anos o que criamos em nossa mente, e que acabamos por materializar através de nossos corpos, expressões, forma de vestir e falar, gostos e desgostos...
Mas tudo isso não passa de uma criação de nossa mente. Não há mal em criarmos um personagem ilusório para trilharmos essa experiência, mas desde que não nos esqueçamos da nossa verdade, do que realmente somos: apenas centelhas de uma Fonte de Amor.
E para que a grande Fonte de Amor enviou ao planeta Terra uma centelha de si? Para experimentar e evoluir. Assim é feita toda a Criação. De centelhas de Amor de uma Fonte maior, que tudo abraça e acolhe, que manifesta a unidade e dissipa as diferenças. Onde não há bonito ou feio, grande ou pequeno, homem ou mulher, há apenas o amor, nada mais.
Para que viemos a essa experiência como centelhas dessa Fonte? Para que, enquanto inseridos em uma realidade de tantas ilusões criadas pela mente, possamos encontrar a verdade dentro de nós, e recordarmos de nossa essência de Amor.
Quando conseguirmos alcançar esse reencontro, o sofrimento encerrará por completo em nossas vidas. Pois ele é também uma criação de nossa mente, que anseia por necessidades ilusórias, que não atendidas causam dor e sofrimento.
Eu ousaria dizer também que, quando alcançado o estado de plenitude no reencontro com o puro Amor da Fonte da qual viemos, não sentiremos mais dor física, tristeza, alegria, paixão, pena, culpa, absolutamente nada. Pois todos esses são sentimentos humanos, criados por nós.
Então você lê isso e pensa: Mas o que há de bom em não sentir alegria?
O estado de contentamento do puro amor da Fonte, é a plenitude. Não há estados provisórios de euforia onde se identifica a alegria ou a tristeza. O sentimento é pleno, não muda, é sereno, uniforme e eterno. Está muito além da alegria e felicidade da forma que conhecemos.
Esse estado se assemelha à sensação que nosso filho tem quando é recebido no colo da mãe após estar sozinho. Há um relaxamento, uma paz alcançada que só é possível quando se é agraciado com o mais puro amor incondicional.
Começamos nossa vida buscando por esse amor. Choramos se não o recebemos. A experiência enquanto bebês causa sequelas se não recebemos esse puro amor. E sim, acontece de não recebermos esse amor muitas vezes, pois não é a Fonte que está nos abraçando e cuidado de nós em um corpo físico, e sim a representação disso através de nossos pais.
Nossos pais, assim como nós, vieram a esse plano aprender a encontrar essa conexão com o Amor. Todos estão aqui com esse objetivo, então é muito provável que não recebemos o puro Amor da Fonte através deles, que estão na mesma busca.
Tornar-se mãe ou pai, nos coloca mais próximos desse sentimento. Mas não de recebê-lo, e sim de doá-lo.
Mas como conseguiremos doar algo que não temos? Aí está a grande descoberta: nós temos sim! Mas não o descobrimos ainda.
Tornar-se pai ou mãe, nos coloca em conexão com esse puro amor de forma ainda mais intensa. E enquanto nos abrimos para ser um canal desse amor, e doá-lo a nosso filho, também estamos o recebendo. Nos tornamos canais do Amor da Fonte.
Pode ser que tenhamos iniciado nossas vidas sem ter a oportunidade de experimentar esse verdadeiro amor, porque nossos pais estão na busca, assim como nós. Pode ser que nossa mãe carregasse dores tão profundas, que a impediam de manifestar tal sentimento, assim como nosso pai. Mas quando nos tornamos pais, temos a oportunidade de nos conectar com essa verdade, que é a nossa essência.
Por isso há um grande choque de realidade, tanto para o homem quanto para a mulher, quando se tornam pais. Há um choque absurdo de verdades, o que achávamos que era verdade, se torna apenas uma parte de algo muito maior, ou até pode acontecer de nos darmos conta de que vivemos uma vida toda de ilusão e mentira criada pelas nossas mentes.
Por isso é tão desafiador.
Tomar contato com o sentimento do mais puro amor pode causar efeito catarse em nossos corpos, trazer estados depressivos, fuga, ou tristeza, porque ainda não estamos preparados para tal magnitude de Amor.
Tudo começou quando éramos bebês, e fomos recebidos e gerados de formas variadas nesse planeta, seguido de um nascimento traumático ou não, de uma vida toda de verdades criadas pela mente, que são todas inverdades, diante da descoberta do puro Amor.
Dessa forma fica um pouco mais fácil de compreender a vida. E sim, realmente ao descobrir esse Amor de pais, tudo é colocado em xeque, o casamento, as amizades, o propósito de vida, tudo! Pois somos confrontados sem proteções e sem ter onde nos esconder, em todas as ilusões que criamos e que formaram a base do que somos hoje.
Cruel? Sim! Mas ao mesmo tempo mágico! É realmente incrível que tenhamos a oportunidade de encontrarmos a nós mesmos, ainda que tenhamos trilhado uma vida toda de ilusões. A vida nos traz diversas oportunidades de regeneração, não é?
Começamos dessa forma a nossa jornada por profundas reflexões acerca da maternidade e do sagrado feminino.
Qual é a finalidade da separação entre feminino e masculino quando se está no estado de Puro Amor. Nesse estado não há diferenciação de sexos? Porque precisamos assumir o papel do homem ou da mulher?
Vivemos toda uma vida empurrados pelo instinto que divide o masculino do feminino. E enquanto pais vamos experimentar mais instintos, como o de proteção com a cria. Mas são todos instintos atrelados ao corpo físico, que é tão efêmero... A nossa verdade diante disso é muito maior, e tudo começa quando chegamos aqui... e termina quando nos encontramos com nossa verdade do puro Amor.
Nos tornar mães, coloca em xeque o feminino, o masculino, a divisão, o verdadeiro amor, nossas profissões, nossos papéis assumidos por toda uma vida. E mal temos tempo de refletir sobre tudo isso. Vamos apenas vivendo e batalhando para oferecer ao nosso filho o maior conforto possível.
É hora de refletirmos sobre o que somos, e trazer para nós a verdade, viver essa verdade sem medo, sem medo de agradar ou não, sem medo de não sermos mais aceitos como éramos. Pois é fato! Realmente deixamos de ser quem éramos, personagens criados por ilusões da matéria.
Quando tomamos contato com o verdadeiro amor, a pureza da Fonte, tudo se renova, tudo se refaz, mas ao mesmo tempo tudo se desintegra para construir algo novo.
Abracemos esse novo! E lembremos como tudo começou para nos dar a oportunidade de refletir sobre a liberdade que temos de guiar a nossa vida pelo que nos tornamos agora, e não pelo que criamos até hoje de forma ilusória.
A vida nos dá inúmeras oportunidades de regeneração. Abracemos essa! E vamos em frente sem medo, pois a energia que vibra em nosso entorno quando vivemos a verdade do Amor da Fonte, é abundante e divina, é eterna e próspera, abre todos os caminhos para nosso sucesso e realizações.
Michele Martini - 21 de outubro de 2020
Fonte: www.pazetransformacao.com.br