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sábado, 27 de fevereiro de 2021

A Maternidade e o Sagrado Feminino - Independência e liberdade



A independência é relativa quando se tem como parâmetro o processo de retomada da sua essência para a Ascensão.

É verdade que isolados e independentes, somos mais centrados em nossa verdade, silenciando em nós mesmos. Mas porquê então é que vivemos em sociedade?

A vida na Terra é preparada para oferecer as condições perfeitas para a ascensão de todos os seres, para a elevação através das experiências e da convivência em sociedade.

Então nos perguntamos porquê viver em sociedade muitas vezes nos coloca em desequilíbrio, e encontramos momentos de paz e centramento quando isolados e sozinhos?

A independência precisa ser interpretada da forma correta quando se fala em ascensão, pois as relações são essenciais para a elevação dos seres ao estado pleno de Amor Divino.

Quando falamos de independência necessária para que se dê o processo de purificação, falamos do não apego, mas preservando a consciência de que vivemos em sociedade e precisamos uns dos outros para a nossa evolução.

A independência acaba quando nos tornamos pais? Podemos falar da independência relacionada à liberdade, que também é relativa e mal interpretada, pois muitos pais relatam perder a liberdade após o nascimento dos filhos.

Cada ser humano se manifesta da maneira que aprendeu durante toda a vida, da maneira que foi moldado a se manifestar, e isso forma a sua personalidade. A vida em algum momento acaba por se estabilizar em um estado de paz e organização, onde moldamos tudo à nossa volta para atender às nossas necessidades.

Mas o que muitas vezes não somos capazes de perceber, é que podemos moldar uma vida toda para acariciar nosso ego, e impedir-nos de evoluir. Nos colocamos em uma zona confortável, preparamos o ambiente e a vida para não nos aborrecermos, para não sermos enfrentados nos pontos específicos que necesitamos evoluir. Nos acomodamos.

E o que o fato de nos tornar pais interfere nisso? Em absolutamente tudo! Começando por você ser obrigado a aceitar que não tem controle sobre a sua vida ou sobre a vida do seu próprio filho, pois ele é um indivíduo único.

Todas as fórmulas que nos ensinaram não funcionam, ou até pode acontecer de algumas delas funcionarem em partes, mas a verdade é que estamos diante de um ser humano único, e não há fórmula para criar seres humanos, pois somos muito diferentes entre nós.

A liberação do controle e da preocupação, gradativamente, nos levará novamente ao nosso centro de equilíbrio, quando atingirmos o estado de paz e aceitação de que nada está em nossas mãos, somos meros instrumentos de Amor para manifestarmos a vontade o Pai até no papel de tutores de uma criança que acaba de chegar a esse planeta.

Nos colocando nessa posição de compreensão, torna-se mais fácil relaxar diante dos desafios. Percebemos que a independência se trata também do desapego e da entrega completa ao fluxo da vida.

A independência está relacionada ao desapego do que éramos, do controle e da necessidade de transformarmos os nossos filhos em miniaturas de nós mesmos, ou do que gostaríamos de ter sido na vida e não conseguimos. Essa é a verdade.

A liberdade de ir e vir continua, quando nos entregamos ao fluxo, à vontade do Amor, que mostra a nós através da intuição o caminho a tomar. Quando nos centramos em nós mesmos, somos livres.

São necessários momentos de interiorização, solitude e centramento. Para sermos bons instrumentos do Amor, se faz necessário silenciarmos as vozes da mente, que trazem à tona os nossos medos, preocupações, e a necessidade constante de moldarmos a vida dos nossos filhos e a rotina da família dentro do que consideramos perfeito e correto.

Dentro da perfeição Divina, não há certo ou errado. E por isso se faz tão necessário o silenciar, para que possamos ouvir a voz da consciência, clamando por cessarmos os processos mentais e esvaziarmos o interior.

Quando nos tornamos vazios, nos colocamos dispostos como um vaso a receber uma flor, a receber um perfume, a receber vida e pureza. Mas também podemos preencher esse vazio com manifestações do ego insaciável, que constantemente tenta trazer nossos traumas e dores para as novas relações do presente.

Temos a tendência de trazer nossos medos de infância para a educação dos nossos filhos, de repetir os erros, de construir mais uma geração dentro dos costumes daquilo que fomos criados.

É natural que um bebê em uma família estará aberto a receber o que for mostrado e ensinado, mas quando trazido de forma impositiva e até mesmo resgatando antigas “tradições” familiares, trazemos junto o desequilíbrio e os problemas envolvidos naquelas escolhas, impedimos esse novo ser de manifestar a sua verdade, independentemente do meio em que é colocado.

Qual seria a forma de construirmos um ser humano independente, assim como gostaríamos de ser?

Permitindo que se manifeste em suas características naturais, livre!

Os moldes que nos colocamos como sociedade, nos impedem de evoluir. Os que se destacam são os que rompem os padrões, inovam, trazem novos olhares para o antigo, transformam. São os inquietos, os insatisfeitos, os inspirados.

Independência vem de berço, onde permitimos que nossos filhos manifestem quem são desde o princípio, sem impor sobre eles nossas crenças, dores e medos.

É difícil? Sim! Pois a maioria de nossos medos e restrições não somos capazes de perceber, e nos tornamos apenas repetidores de padrões. Acabamos repetindo comportamentos de nossas mães para com nossos esposos, ou vice-versa, acabamos repetindo comportamentos que nossos pais tiveram conosco, com nossos próprios filhos.

Para que possamos perceber essas repetições, se faz necessária a meditação, com o objetivo de purificação de todas as informações gravadas em nosso inconsciente, limpando gradativamente através do silenciar da mente, tudo o que fomos programados.

Quando permitimos que nossos filhos sejam livres, tornamos não apenas a nós mesmos independentes, mas eles também. Quando impomos a eles nossas crenças, medos e desequilíbrios, fazemos com que sejam dependentes de toda nossa história familiar. Se gostaríamos de ser livres, então um bom começo é trabalhar na libertação desses padrões em nós, para não repetirmos o sofrimento de gerações para nossos filhos.

Todos precisamos de independência… de nos libertarmos dessa dependência familiar que apenas arrasta sofrimento por tantas vidas quando repetimos padrões e sofrimentos geração pós geração.

Mas quando falamos da interdependência, abrimos o leque da consciência e o coração abraça o novo. A compreensão de que todos somos Um nesse planeta, nos coloca em uma condição nova, que não foi antes experimentada por nossos pais, mas que é necessária para os habitantes do mundo a partir de agora.

Ideias acerca da interdependência são trazidas por respeitáveis estudiosos há muitos anos. mas a compreensão sobre esse tema ainda é muito pequena porque passamos gerações atrás de gerações repetindo padrões de apegos familiares.

Quando percebemos que nossas ações repercutem até mesmo em um outro ser humano habitante do lado oposto do planeta, em uma simples flor plantada do outro lado extremo desse plano, começamos a compreender o significado do abrangente conceito da interdependência. Quando criamos nossos filhos com essa consciência, de que suas ações e pensamentos estão totalmente relacionados a todos os acontecimentos do planeta, então estamos trabalhando para formar um humano consciente, alinhado ao que a Nova Terra está para construir a partir de agora.

A compreensão de que somos seres interdependentes, nos afasta do apego, da repetição de padrões, pois nos faz questionar absolutamente tudo que nos é ensinado, sob um novo olhar, trazendo responsabilidade por nossas ações sob o ponto de vista de amor ao próximo.

O fato é que não fomos criados independentes, fomos criados a partir de crenças limitantes, e levamos toda uma vida para nos livrarmos delas. Quando despertamos para a verdade da existência, percebemos a quantidade de “lixo” que carregamos em nossa mente, em nossas memórias e em nossa vida. Isso nos torna escravos de um sistema imposto a nós e que a partir de certo momento passou a ser auto-imposto.

É escolha nossa se iremos passar adiante essa forma de controle e limitação da expansão da consciência para nossos filhos, ou se iremos criá-los livres.

Seremos independentes quando nos limparmos de todas essas informações gravadas em nós, que nos impede de sermos livres e manifestarmos nossa pureza interior.

Ao nos tornarmos pais, nos percebemos em uma condição de passividade muito grande, pois somos praticamente obrigados a aceitar que não temos o controle das coisas.

O sofrimento e a ideia de dependência vêm da tentativa de controle, de continuarmos a viver nossas vidas como repetidores de padrões que nos colocam em uma zona de conforto, onde nossas mentes se acalmam ao saber que estamos seguros, pois esse caminho já é conhecido e trilhado por nós.

Nos perdemos em meio a opiniões trazidas pelos familiares acerca da educação de nossos filhos, o que muitas vezes acontece por nós mesmos, que levamos de forma inconsciente a forma de eduçação imposta pela herança familiar para nossos filhos.

A independência vem de berço, de criarmos seres independentes, e não dependentes de uma teia familiar que repete padrões e escolhas há gerações. Mesmo que de forma inconsciente, observe se não vem repetindo comportamentos ou manifestando os mesmos medos de seus pais… Os filhos são livres, merecem começar uma vida de forma independente, sem estarem amarrados a restrições de tantas gerações.

A vida se torna mais leve quando soltamos tudo isso. É uma oportunidade para liberarmos o que estamos há tempo carregando, e criarmos nossos filhos de uma forma única, leve, livre e em paz.

Michele Martini - outubro de 2020

Fonte: www.pazetransformacao.com.br

O círculo familiar - Mestra Pórtia

 


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Os Assuntos pendentes e As Conclusões - Osho


Hoje foi mais um dia como ontem, anteontem, como todos os dias anteriores...

Com seus desafios, enfrentamentos, dificuldades, assuntos pendentes...

Mas a diferença é que se você está centrado, com esse centramento consegue trazer conclusões. Conclusões de assuntos que estavam pairando no seu campo sem conseguir capturar.

As soluções estão sempre ao seu redor. Mas muitas vezes você não consegue acessá-las pela falta de centramento do seu ser.

Os dias são sempre de oscilações energéticas. Ora os chacras estão desalinhados, ora alinhados... mais desalinhados do que alinhados...

Mas nos poucos momentos que o centramento acontece, as conclusões vem junto: as soluções para assuntos que estavam pendentes.

Por isso a rotina nem sempre é uma ferramenta que funciona. Pois não se sabe como estará naquele momento. Algumas pessoas funcionam com regras impostas a si mesmas, com metas e objetivos para si, outras funcionam quando se permitem navegar no rio da vida, seguindo o fluxo, sem muito esforço na direção do que a mente traz como necessidade, mas sim a permitir que seja levado pelas vibrações que os circundam.

Permitir-se ser levado pelas vibrações é o que a vida oferece, não há nada além. E por isso ao resistir apenas gera sofrimento.

Tudo o que existe nada mais é do que vibrações. Nós vibramos, nosso meio vibra, as pessoas vibram, os pensamentos, sentimentos, objetos, elementos... tudo vibra...

Mestre é aquele que se torna capaz de manipular tudo de acordo com sua intenção consciente amorosa, e direciona para as melhores conclusões.

O homem é capaz disso. A mente consciente deixa de ser mente e se torna coração.

Quando se torna coração, se vibra na energia do amor, da plenitude de Deus.

E há algo mais poderoso que a força de Deus?

Quando você direciona a sua capacidade de vibrar, a serviço do coração, trará as melhores soluções. As conclusões se mostrarão facilmente, tudo fluirá.

O esforço na direção dos planos da mente não leva às realizações da alma, leva sim às realizações ilusórias da mente material que apenas confunde o ser humano em um ciclo infindável de repetições.

Quando se permitem fluir e vibrar no amor, quando entregam suas mentes a serviço da consciência, onde nada se almeja, nada existe como objetivo traçado na mente, mas sim se permite silenciar e sentir onde a vida o leva... ah aí sim você experimentará a verdadeira paz.

Não importa se você realiza o desejo de ser o diretor da empresa, ou concluir o curso que deseja, não importam os objetivos traçados. Importa apenas a caminhada.

As conclusões estão aí, pairando no inconsciente... E onde a mente acelerada material tenta interferir, apenas permanecem a dar voltas e voltas sem alcançar uma boa conclusão.

Quando se silenciam e entram em paz consigo mesmos, a mente descansa, e dá lugar à intuição. A intuição os leva a caminhos que não tinham sequer planejado, e os assuntos vão aos poucos se desembaraçando... tudo vai se resolvendo calmamente em um tempo inacreditável. Pois o tempo é quântico. Você pode ter levado horas para criar planos mentais para solucionar algo, mas quando desiste de todos eles silenciando para permitir que a vibração o leve, em poucos segundos tudo se resolve, e as conclusões são ainda mais impressionantes, além do que você seria capaz de imaginar.

O universo trabalha para convergir ideias similares, em algum momento elas irão se encontrar, isso é inevitável. As conclusões e soluções se dão quando esses encontros acontecem. Mas se as partes estão separadas, cada uma perdida em seus processos mentais, os problemas continuam existindo, as resoluções não chegam.

Muitas vezes é necessária uma intervenção, para unir pensamentos, identificar conexões, e costurar uma a uma para que juntas materializem uma linda peça única, resultado da união dos esforços.

Muitos tem esse dom, de costurar, de unir, de formar conexões em prol de algo. Mas isso só é possível quando esse indivíduo que promove as conexões está leve, sem se identificar com nenhum dos personagens em sua volta, sem perder-se em planos mentais, mas entregando-se totalmente e plenamente a serviço do Um.

O Um é nada mais que o amor de Deus. O amor de Deus está nas coisas, nas pessoas, nas conexões. O Um é o amor puro, que só é possível quando as conexões ocorrem sem entraves, onde todos estão a serviço de manifestar seu lado mais puro. E assim o elo mais puro de cada um vai somando a formar uma grande bolha energética de luz... onde as grandes realizações surgem... onde as grandes conclusões acontecem... onde as grandes soluções que unem pensamentos se materializam em planos incríveis, onde uma só mente seria incapaz de planejar.

A dimensão que pode ser alcançada pela união dos laços, é infinita, e as conquistas são inimagináveis... aí estão a força e o poder da humanidade: na união.

Mas a união necessita ser despretensiosa, onde cada um deixa de olhar as suas próprias necessidades para estar a serviço de algo maior que une a todos.

Os emaranhados se desfazem e uma grande malha cristalina e brilhante se cria... onde pulsam cada ser como focos de luz, como estrelas.

Imagine uma grande rede onde os fios são brilhantes ou obscuros. O trabalho é incessante para que os fios sejam sempre brilhantes. Mas para isso cada nó dessa rede, que representa um indivíduo, necessita estar puro, conectado com sua capacidade de manifestar a pureza de Deus, o amor sem pretensões, sem planos mentais, sem ambições. Assim tudo flui.

O jogo de vida é ilusão. A paz é obtida do soltar, do ato de entregar tudo o que a mente é capaz de criar. E permitir-se apenas fluir no rio da vida, que leva ao completo estado de união com o Divino, através do esvaziamento do ser, de se tornar o vazio.

Quando se torna o vazio, se torna leve, e flutua sobre o movimento do rio. Mas esse flutuar não gera sofrimento, pois quando a correnteza está mais forte e violenta, a pena com sua leveza sobe no ar com o sopro do vento, e continua a fluir em paz, até chegar o momento em que o vento se acalma e ela repousa novamente no rio a fluir calmamente.

Quando se busca através de metas e objetivos mentais firmar-se como ser material encarnado, tenta tornar-se forte impondo sua vontade mental sobre sua vida, você não é a pena, você é um pedaço de madeira flutuando no rio. A madeira sente as intempéries porque ela é dura e mais pesada. Ela sucumbe na correnteza do rio e na violenta velocidade das águas quando ficam mais agitadas, que jogam o madeira contra as pedras e ela vai se desgastando, se perdendo, ficando fraca até quebrar e se desmanchar no tempo, sem realizar nada.

A busca por realizar causa isso, o desgaste emocional, mental e físico.

Quando se permite ser a pena ao vento, se experimenta a verdadeira felicidade, em fluir na vontade de Deus.

Osho

Canal: Michele Martini - 19 de fevereiro de 2021.
Fonte: www.pazetransformacao.com.br

A maternidade e o sagrado feminino: Como tudo começou?


Sabemos dos desafios que fazem parte de um novo começo na vida.

Todas as vezes que tentamos iniciar algo novo, há o incerto que nos acompanha. E nessa jornada, só temos a certeza da incerteza, de que não é possível prever nada diante da imensidão e oportunidades que a vida oferece.

Lembremos de tempos de criança, onde despreocupadamente estávamos a caminhar, a brincar, fazer amigos e inimigos, viver intensamente de tal forma que a brincadeira muitas vezes se tornava séria, motivo de choro e lágrimas ou de riso e alegria.

A verdade é que, inseridos nesse corpo físico, estamos sujeitos às oscilações emocionais que a matéria impõe, atrelados à malha planetária e ao que a humanidade como um todo escolheu vivenciar para sua própria evolução.

Fácil era quando pensávamos ser difícil. Pois cada passo que damos na vida, torna a caminhada um pouco mais desafiadora. Mas podemos escolher se utilizaremos a sabedoria adquirida através dos anos para tornar o fardo mais leve, olhando tudo com tranquilidade e serenidade, ou se nos deixaremos mergulhar nos novos desafios impostos pela evolução com mais dor e sofrimento.

Se olharmos para trás, observaremos que existiram momentos de alegria, alternados por fases intensas de aprendizados desafiadores. Nossa vida foi toda preenchida de mortes e renascimentos, dores e sorrisos, doença e cura, separações e uniões.

Mas o mais importante em toda a nossa história é a sabedoria adquirida na caminhada. Pouco importa o enredo.

Costumo dizer que estamos inseridos em uma grande peça de teatro, onde existem  personagens, cada um vivendo da forma mais verdadeira possível o seu papel, e um enredo com história impressionante.

Será que somos capazes de nos colocar como personagens, mas conscientes de que é apenas um enredo, que nada disso é real?

A única verdade é a que somos centelhas de uma Fonte de Amor imensa, chamada de Deus. Poucos de nós compreendem o que quero dizer aqui, poucos compreendem Deus. E por isso estão a buscar e se identificar com seus personagens, sem perceberem o que são verdadeiramente.

Passamos a vida buscando a nossa identidade, descobrindo o que somos, para que viemos a esse planeta... começamos a nossa breve história da encarnação presente como bebês, gerados da união de um homem e uma mulher, e não há outra forma disso acontecer.

O que pode mudar é o trajeto depois, se somos aceitos ou não pelos pais, se o sentimento no momento da concepção foi o puro amor, ou se foi a luxúria, a dor, o sofrimento, o ódio...enfim...

Tudo isso contribui para formar o que somos hoje. E não há porque ter pena ou arrependimento, como também não há melhor ou pior, certo ou errado. Chegamos a esse plano da forma que foi planejado para nós e por nós, para que se formatasse a experiência que nos faria evoluir como seres eternos e imortais.

Olhar a vida sob essa ótica, nos ajuda a lembrar que não somos o que parecemos ser: não somos esse corpo físico, ou os filhos de nossos pais, homem ou mulher, irmão de alguém, ou primo de outro alguém... tudo isso é provisório e passageiro.

Eu arriscaria dizer que essa vida toda é apenas um piscar de olhos no tempo de nossa alma. E pensamos que a vida é tão longa, não é?

Começamos refletindo sobre como tudo começou, para tentar compreender porque a busca se torna tão sofrida na nossa vida. Porque nos apegamos e desapegamos de pessoas e coisas, de situações, e até de personagens que criamos em nós mesmos.

Nos apegamos à imagem que criamos para nós. Nos olhamos no espelho e vemos um advogado, ou um engenheiro, uma dona de casa, esposa, filha, tia... etc.

Julgamos se o que vemos é bonito ou feio, certo ou errado. Nos identificamos e procurarmos aprimorar com o passar dos anos o que criamos em nossa mente, e que acabamos por materializar através de nossos corpos, expressões, forma de vestir e falar, gostos e desgostos...

Mas tudo isso não passa de uma criação de nossa mente. Não há mal em criarmos um personagem ilusório para trilharmos essa experiência, mas desde que não nos esqueçamos da nossa verdade, do que realmente somos: apenas centelhas de uma Fonte de Amor.

E para que a grande Fonte de Amor enviou ao planeta Terra uma centelha de si? Para experimentar e evoluir. Assim é feita toda a Criação. De centelhas de Amor de uma Fonte maior, que tudo abraça e acolhe, que manifesta a unidade e dissipa as diferenças. Onde não há bonito ou feio, grande ou pequeno, homem ou mulher, há apenas o amor, nada mais.

Para que viemos a essa experiência como centelhas dessa Fonte? Para que, enquanto inseridos em uma realidade de tantas ilusões criadas pela mente, possamos encontrar a verdade dentro de nós, e recordarmos de nossa essência de Amor.

Quando conseguirmos alcançar esse reencontro, o sofrimento encerrará por completo em nossas vidas. Pois ele é também uma criação de nossa mente, que anseia por necessidades ilusórias, que não atendidas causam dor e sofrimento.

Eu ousaria dizer também que, quando alcançado o estado de plenitude no reencontro com o puro Amor da Fonte da qual viemos, não sentiremos mais dor física, tristeza, alegria, paixão, pena, culpa, absolutamente nada. Pois todos esses são sentimentos humanos, criados por nós.

Então você lê isso e pensa: Mas o que há de bom em não sentir alegria?

O estado de contentamento do puro amor da Fonte, é a plenitude. Não há estados provisórios de euforia onde se identifica a alegria ou a tristeza. O sentimento é pleno, não muda, é sereno, uniforme e eterno. Está muito além da alegria e felicidade da forma que conhecemos.

Esse estado se assemelha à sensação que nosso filho tem quando é recebido no colo da mãe após estar sozinho. Há um relaxamento, uma paz alcançada que só é possível quando se é agraciado com o mais puro amor incondicional.

Começamos nossa vida buscando por esse amor. Choramos se não o recebemos. A experiência enquanto bebês causa sequelas se não recebemos esse puro amor. E sim, acontece de não recebermos esse amor muitas vezes, pois não é a Fonte que está nos abraçando e cuidado de nós em um corpo físico, e sim a representação disso através de nossos pais.

Nossos pais, assim como nós, vieram a esse plano aprender a encontrar essa conexão com o Amor. Todos estão aqui com esse objetivo, então é muito provável que não recebemos o puro Amor da Fonte através deles, que estão na mesma busca.

Tornar-se mãe ou pai, nos coloca mais próximos desse sentimento. Mas não de recebê-lo, e sim de doá-lo.

Mas como conseguiremos doar algo que não temos? Aí está a grande descoberta: nós temos sim! Mas não o descobrimos ainda.

Tornar-se pai ou mãe, nos coloca em conexão com esse puro amor de forma ainda mais intensa. E enquanto nos abrimos para ser um canal desse amor, e doá-lo a nosso filho, também estamos o recebendo. Nos tornamos canais do Amor da Fonte.

Pode ser que tenhamos iniciado nossas vidas sem ter a oportunidade de experimentar esse verdadeiro amor, porque nossos pais estão na busca, assim como nós. Pode ser que nossa mãe carregasse dores tão profundas, que a impediam de manifestar tal sentimento, assim como nosso pai. Mas quando nos tornamos pais, temos a oportunidade de nos conectar com essa verdade, que é a nossa essência.

Por isso há um grande choque de realidade, tanto para o homem quanto para a mulher, quando se tornam pais. Há um choque absurdo de verdades, o que achávamos que era verdade, se torna apenas uma parte de algo muito maior, ou até pode acontecer de nos darmos conta de que vivemos uma vida toda de ilusão e mentira criada pelas nossas mentes.

Por isso é tão desafiador.

Tomar contato com o sentimento do mais puro amor pode causar efeito catarse em nossos corpos, trazer estados depressivos, fuga, ou tristeza, porque ainda não estamos preparados para tal magnitude de Amor.

Tudo começou quando éramos bebês, e fomos recebidos e gerados de formas variadas nesse planeta, seguido de um nascimento traumático ou não, de uma vida toda de verdades criadas pela mente, que são todas inverdades, diante da descoberta do puro Amor.

Dessa forma fica um pouco mais fácil de compreender a vida. E sim, realmente ao descobrir esse Amor de pais, tudo é colocado em xeque, o casamento, as amizades, o propósito de vida, tudo! Pois somos confrontados sem proteções e sem ter onde nos esconder, em todas as ilusões que criamos e que formaram a base do que somos hoje.

Cruel? Sim! Mas ao mesmo tempo mágico! É realmente incrível que tenhamos a oportunidade de encontrarmos a nós mesmos, ainda que tenhamos trilhado uma vida toda de ilusões. A vida nos traz diversas oportunidades de regeneração, não é?

Começamos dessa forma a nossa jornada por profundas reflexões acerca da maternidade e do sagrado feminino.

Qual é a finalidade da separação entre feminino e masculino quando se está no estado de Puro Amor. Nesse estado não há diferenciação de sexos? Porque precisamos assumir o papel do homem ou da mulher?

Vivemos toda uma vida empurrados pelo instinto que divide o masculino do feminino. E enquanto pais vamos experimentar mais instintos, como o de proteção com a cria. Mas são todos instintos atrelados ao corpo físico, que é tão efêmero... A nossa verdade diante disso é muito maior, e tudo começa quando chegamos aqui... e termina quando nos encontramos com nossa verdade do puro Amor.

Nos tornar mães, coloca em xeque o feminino, o masculino, a divisão, o verdadeiro amor, nossas profissões, nossos papéis assumidos por toda uma vida. E mal temos tempo de refletir sobre tudo isso. Vamos apenas vivendo e batalhando para oferecer ao nosso filho o maior conforto possível.

É hora de refletirmos sobre o que somos, e trazer para nós a verdade, viver essa verdade sem medo, sem medo de agradar ou não, sem medo de não sermos mais aceitos como éramos. Pois é fato! Realmente deixamos de ser quem éramos, personagens criados por ilusões da matéria.

Quando tomamos contato com o verdadeiro amor, a pureza da Fonte, tudo se renova, tudo se refaz, mas ao mesmo tempo tudo se desintegra para construir algo novo.

Abracemos esse novo! E lembremos como tudo começou para nos dar a oportunidade de refletir sobre a liberdade que temos de guiar a nossa vida pelo que nos tornamos agora, e não pelo que criamos até hoje de forma ilusória.

A vida nos dá inúmeras oportunidades de regeneração. Abracemos essa! E vamos em frente sem medo, pois a energia que vibra em nosso entorno quando vivemos a verdade do Amor da Fonte, é abundante e divina, é eterna e próspera, abre todos os caminhos para nosso sucesso e realizações.


Michele Martini - 21 de outubro de 2020

Fonte: www.pazetransformacao.com.br