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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O meu amor por Guruji - cap. 2


Jai Gurudev!

Após iniciado formalmente como devoto, Kamadhenu Das começou a se entregar mais e mais a Guruji, realizando as práticas e orações, e eu presenciando tudo isso na nossa própria casa... mas ainda assim não me passava pela cabeça me entregar a Guruji dessa forma.

Foi nessa fase que Kamadhenu Das começou a dizer que o amor por Guruji é maior que tudo, e eu não compreendia.

Estávamos bem estabelecidos em Lorena, ajustamos nossa rotina e tudo fluía bem. Estávamos começando a pensar numa escola para o Theo Muni. Mas no meu coração ainda havia algum desconforto. Eu sabia que estávamos em Lorena só de passagem. E o meu marido também sentia isso.

Acompanhávamos os movimentos da Bhaktimarga e do Ashram que estava sendo construído em Itu. Pensávamos em planos para o futuro para morar no Ashram. Visitamos várias vezes o Ashram Nova Gokula de Pindamonhangaba e fomos nos acostumando ao que é um pouco dessa vida devocional. Mas sabíamos que ali também não era o nosso lugar.

Começamos a fazer Om Chanting em casa e a tentar colocar em meios mais racionais esse sentimento de inquietude em estar em Lorena. O trabalho 100% presencial me incomodava pela impossibilidade de flexibilidade. Nos sentíamos presos ali, sem poder de ir e vir. Precisávamos mudar.

Então Kamadhenu Das comentou que haviam rumores da formação de uma Ecovila em Itu, próxima ou anexa ao Ashram, e vimos isso como um sonho se aproximando da realidade. Mas como não havia nada pronto e concreto, não sabíamos qual movimento fazer.

Então fizemos um exercício: Silenciamos, e fizemos uma afirmação, juntos, manifestando nossa vontade à Guruji, sabendo que ele é onipresente, de que nosso desejo era nos aproximarmos dos devotos e do Ashram, para que no futuro possamos viver essa vida mais devocional.

Fomos surpreendidos com uma mudança rápida do Ashram, que fechou, para um templo que abriu em Sorocaba: A Casa de Narasimha da Bhaktimarga.

Recebi uma proposta de trabalho em São Paulo Capital, que seria híbrido e me permitiria morar em Sorocaba.

Foi quando comecei a perceber os movimentos que Guruji estava fazendo para manifestar nosso desejo.

Eu sabia novamente, que esse emprego daria certo, e que acharíamos uma casa em Sorocaba rapidamente.

E foi o que aconteceu.

Estamos aqui, em Sorocaba, participando ativamente das atividades do Templo. Fizemos vários amigos. Estamos morando muito perto da natureza, ao lado de uma floresta com animais, energias da natureza, paz e silêncio. Tudo está se realizando.

Nossa vida está aos poucos se ajustando. O Theo Muni começou numa escolinha, que foi escolhida por Krishna, e eu tive o grande encontro com meu lado devocional a Guruji.

A primeira vez que entrei no Templo de Narasimha, não tinha grandes expectativas. Como eu já havia afirmado, sempre fui muito resistente a me entregar a algo. Estava fazendo esses movimentos de mudança para lá e para cá, muito motivada pela entrega a Deus, e não a Guruji, e porque eu tinha chegado à conclusão que não tinha controle sobre nada, e desisti de tentar controlar para parar de sofrer na vida.

Mas a primeira vez que entrei no templo, ao me colocar em frente à foto de Guruji, mesmo sem a presença física dele ali, estava o quadro dele e toda a energia dele fortíssima naquele local.

Eu posso afirmar com toda segurança que saí do corpo imediatamente. Através do meu terceiro olho pude ver meu espírito se jogando aos pés de Guruji ali na minha frente. Eu mesma, me joguei no chão (em espírito), totalmente deitada no chão, me rendendo completamente ao Guru. Eu colocava ali todos os meus medos, minha luta, meu cansaço de sofrer e lutar sozinha na vida. Era como se finalmente eu tivesse encontrado uma forma de me entregar a Deus, através do meu Guru, o que tiraria todo o meu sofrimento.

Mas..... Nem tudo é tão simples quanto parece para uma mente condicionada e teimosa como a minha. Meu corpo físico manteve os pés firmes e duros no chão, mesmo vendo o que o terceiro olho mostrava, e fingia que não estava nada acontecendo...

Continuei com minhas dúvidas, medos, inseguranças, anseios, teimosia principalmente, e o ego gigantesco de quem acha que sabe de tudo.

Eu comentei com os devotos umas semanas depois que tinha experienciado isso, e eles disseram para eu me iniciar devota. Eu dizia: Não..... calma, vamos devagar....

Kkkkk... Eu, tola mesmo.... Mas tudo bem.... a primeira batalha do Guru é contra o nosso orgulho. Porque somos orgulhosos mesmos. Já sofremos tanto na vida e aprendemos algumas artimanhas e ferramentas para levar o dia a dia com menos sofrimento, que não queremos largar essa ilusória sabedoria por nada. Esse é o medo imposto pela matriz de controle mesmo, nos faz ser isso aí, uns coitados cheios de recursos aprendidos para burlar o sofrimento, e cheios de certezas, de medo... é triste, infelizmente é triste... eu sou uma dessas, e sei que não é fácil...

Demorei para conseguir arrumar o meu escritório em casa. O cômodo estava cheio de rachaduras e bem mal-conservado. Precisei pintar. Pedi de presente de aniversário para o Kamadhenu Das, para ele pintar para mim. Não deu tempo de pintar todas as “mãos de tinta”, mas já estava muito bom em vista do que era antes.... e eu me instalei no escritório... Com todas as minhas crenças, certezas, orgulho, macumbas, charutos, velas, cachaça, ervas, sinos, estátuas... enfim, com tudo o que eu aprendi para me reequilibrar, proteger, etc...

Mas por algum motivo, quando eu ia fazer minha conexão diária, meu momento de meditação, eu não conseguia mais sentir energia alguma com essas ferramentas, ou das estátuas de orixás e guias de umbanda. Eu só sentia conexão com Durga e mais nada. Na época não tinha nenhum quadrinho de Guruji no meu altar.

Continuei a frequentar o templo em Sorocaba e por muitas vezes deixei escorrer lágrimas ao pronunciar os 108 nomes de Guruji durante as orações. O sentimento era como se algo tivesse que sair de dentro de mim. Algo estava preso.

Comecei a fazer terapia com uma terapeuta maravilhosa. Ela fez uns trabalhos de limpeza de vidas passadas que me ajudaram muito. Mas eu continuava na busca eterna da solução dos meus problemas em diversos lugares e de várias formas.

Foi então quando sonhei com Guruji pela primeira vez. Já tinha escutado os devotos do templo conversando sobre sonhos com Guruji e diziam que quando se sonha com Guruji não é só um sonho, é aquilo acontecendo de verdade.

Eu sonhei que estava com Guruji, meu marido e meu filho e outras pessoas em um templo ou ashram. Estávamos todos alegres, calmos e desfrutando da energia deliciosa. Até que eu cheguei a Guruji e pedi a ele: Guruji, você pode me iniciar como devota?

E assim ele fez, ali mesmo, colocou a mão sobre a minha cabeça e me iniciou.

Eu já havia recebido dois darshans do Guruji. No primeiro, ainda morando em Curitiba, eu segurei uma plaquinha com uma pergunta: “Você é o meu Guru?”.

Mas a pergunta quem fez foi o Kamadhenu Das, que na época não era devoto iniciado ainda, e estava do meu lado na câmera.

Mas Guruji respondeu: “Michele, se você sentir em seu coração, sim!”

Depois disso, poucos dias antes de sonhar com Guruji, eu recebi novo Darshan online e segurei uma plaquinha com a pergunta “Devo Iniciar o Curso de Devotos?”

E a resposta de Guruji novamente foi: “Michele, se você sentir em seu coração, sim!”

No dia seguinte comecei a me informar sobre o curso de devotos.

E dias depois tive o sonho onde Guruji me iniciou como devota no astral. Iniciação que vou materializar no plano físico em breve.
...

Michele Martini - outubro de 2022