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sábado, 4 de setembro de 2021

A maternidade e o Divino – Gautama Buda



Vibração sonora sugerida:


Essa noite eu (Michele Martini) estava a refletir:
Amados mestres, hoje sou eu que peço uma ajuda, clareza, entendimento... passo por uma fase desafiadora da minha vida. Temo esmorecer diante de tantas adversidades. Me sinto cansada e desafiada até o último nível de minha capacidade de absorver. Preciso de colo, de guiança, preciso de descanso.

Ser mãe é desafiador, é lindo, mas desafiador. O desafio maior é ver tudo acontecer no dia a dia e não saber a maneira certa de agir. Desafiador é seguir a intuição e o coração diante de tantos medos e dúvidas, de tantos impedimentos que colocam a nós. O tempo todo estamos sendo desafiadas, e manter a serenidade e a amorosidade se torna mais difícil. Não podemos esmorecer, não podemos aceitar imposições que contradizem o nosso coração. Mas podemos sim trazer as situações para a paz interior, e acalmar.

As vezes me dá vontade de chorar, mas não sei ao certo se isso irá ajudar. Mas diante de situações em que não tenho as respostas que preciso e sem saber o melhor caminho a seguir com o meu filho, só me resta chorar.

A verdade é que não sabemos de tudo o que precisaríamos saber para ser as mães que gostaríamos de ser. Nosso ímpeto é de nos doar inteiramente aos nossos filhos, mas a ignorância nos impede. Muitas vezes erramos tentando acertar. Como saber o melhor caminho diante de tantas escolhas que precisamos fazer enquanto eles ainda são pequeninos e impedidos de decidir por si mesmos?

Percebo que a vida de uma criança oscila demais. Um dia achamos que sabemos de tudo o que é necessário para tornar a vida deles melhor. Mas de repente no dia seguinte tudo muda, eles não gostam mais do que gostavam, não seguem mais a mesma rotina, se comportam de maneira diferente diante das mesmas situações de outrora. E ficamos em uma verdadeira encruzilhada sem saber para qual lado ir. Tentamos de cá e de lá, esgotamos todas as nossas possibilidades, e no final do dia ainda continuamos com um gigantesco ponto de interrogação na nossa face.

Diante de tamanhos desafios, nos colocamos em posição de ignorância diante de tantos que vem nos dizer o que é certo ou errado, bom ou ruim. Ouvimos médicos, amigos, parentes, cada um com informações divergentes. Todas são verdades para cada um deles. Mas será que serão verdades para mim e para o meu filho?

A cada passo como mãe percebo que os seres humanos são realmente únicos. E permitir que um ser se crie liberto de imposições sociais que moldam a humanidade fazendo com que sejamos apenas mais um número diante de uma imensidão, muitas vezes pode ser visto como uma criação sem disciplina, sem rotina, sem regra.

A verdade é que esse novo ser que está ali tem suas próprias opiniões e preferências. Tem uma missão nessa vida. Mas não sabemos qual é, e precisamos, no começo da vida desse ser, fazer as escolhas por ele. O que nos perturba é saber que algumas escolhas que fizermos agora permearão o caráter de um humano adulto depois, moldarão uma personalidade, costumes, manias, escolhas... como criar um ser livre de costumes e manias para que ele seja capaz de criar o seu próprio mundo à sua maneira? Esse sim seria o meu maior desejo, que eu fosse capaz de saber o que eu preciso fazer para que ele se crie um ser livre...mas como?

Torna-se rotina perguntar a nós mesmas: o que eu estou fazendo de errado?

Ninguém saberá responder, pois cada humano é único.

Como poderemos acertar as escolhas de outro? Apenas a intuição mostra o caminho, ainda que seja sutil. Mas o amor de mãe muitas vezes é num nível tão profundo do servir, que nos cega à intuição e o “servir” fala mais alto, silenciando todos os questionamentos que possam surgir.

Nos esgotamos no ato de servir e doar, sem sequer refletirmos se esse é o caminho certo a seguir. Mas parece que esse amor nos cega a razão.

Se não nos doarmos ao máximo, e algo negativo acontecer com nosso filho, nos culparemos. Então nos doamos, doamos, doamos, sem cessar.

Ah como eu gostaria de saber qual caminho seguir, a melhor escolha a fazer, a melhor decisão a tomar. Mas confesso que sou incapaz. O amor me cega e me coloca somente a servir, sem questionar, apenas a me doar, incessantemente, a quem necessita do meu amor.

...

Cessadas as reflexões e perguntas, me coloco em silêncio, olho em volta e paro meu olhar em uma imagem de Gautama Buda. Me acalenta com sua sabedoria dizendo:

...

O caminho é apenas estar. E nada mais. Aprenda a estar no momento atual sem perguntar. A pergunta confunde a mente. Querer saber, em nada resolverá. Permita que flua. As respostas virão sem ao menos questionar. Isso sim é permitir que a vida a guie na intuição.

O caminho é parar de perguntar, e apenas fluir. Observar e ter a certeza de que tudo fluirá para a solução. Pois a solução não está na mente, e sim no coração, por onde permeia o amor de Deus. A Luz divina irradiará trazendo a sabedoria no momento que necessitar. Mas para isso é necessário parar de perguntar, pois a pergunta nasce da dúvida, medo e insegurança, que a tiram do caminho do coração e a colocam no campo mental. Deus fala pelo coração. O coração não tem dúvidas, tem apenas certezas, ele apenas flui na sabedoria de Deus.

Servir é sim um ato de amor puro e conectado com o Divino. Isso já as coloca (mães), em abertura para receber a sabedoria e a guiança de Deus. Basta apenas que cessem as perguntas, dúvidas e inseguranças, e permitam que tudo flua divinamente na guiança de Deus. Vocês saberão qual caminho seguir, o coração mostrará. Não haverá dúvidas, vocês verão a estrada se formar, se abrir, e cobrir de flores a perfumar o caminho da perfeição.

Os demais caminhos não fluirão. Isso ficará claro a vocês. vocês sentirão em seu coração. Não será uma resposta como sim ou não que Deus irá lhes dar, mas será um sentimento de fluidez e paz no coração, versus um de dúvida e medo, de resistência. Sintonizem com o Amor Divino e permitam que tudo flua.

A jornada da maternidade não precisa ser permeada de sofrimento e dor, ela é bela desde que abandonem as certezas da mente, as imposições do coletivo, e aceitem a guiança Divina.

A sabedoria está em vocês, permitam a si mesmas serem os canais a traduzir as escolhas de Deus.

Viver dessa forma trará mais leveza e paz. Ainda que em meio a rotinas extensas de doação e cuidado com os seus, estarão a brilhar e fluir na Luz Divina, força essa que nunca se apagará.

Ser mãe é a principal causa da imensidão da vida. Honrem as suas existências e permitam serem os canais de Deus que estão destinadas a ser. A maternidade é a principal fonte criativa e unificadora de energias. Vocês já são plenas e abençoadas por serem canais do puro amor de Deus.

Gautama Buda

Canal: Michele Martini – 04 de setembro de 2021.

Fonte: www.pazetransformacao.com.br