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quarta-feira, 22 de março de 2017

Sorrir, Sofrer e o Despertar da Emoção


Mantra para acompanhar a leitura: Ong Namo by Snatam Kaur




Hoje eu já não quero mais aceitar a vida como ela é.



Hoje eu não quero viver o presente.

Hoje eu não quero aceitar o passado e nem tampouco o sofrimento.

Hoje eu me revolto contra a vida, contra tudo o que ela apresenta a mim, contra o meu momento presente, já não mais satisfeita com o que a vida me oferece.

A vida me oferece hoje apenas restrições, onde sou obrigada a viver dentro de regras e sistemas preestabelecidos para mim, assim como é para toda a humanidade.

Apenas, a diferença é que a humanidade certamente não cultiva esse sentimento de revolta que existe dentro de mim nesse momento. Eu me revolto contra o sistema!!!!!!

Eu me revolto contra as regras, que nos prendem a uma vida de restrição e de dificuldades.

Eu não quero mais preencher a minha vida com passatempos inúteis da matéria, que não são repletos de sentimento e de vida!

Eu já não vejo mais motivos para sorrir nessa vida rotineira que faz parte do meu presente e da minha realidade. Mas que na verdade é ilusória, eu sei. Mas como se libertar dessa ilusão?!

Eu me revolto contra todas essas regras. Já não mais aguento as explicações que são dadas a mim, dizendo que devo aceitar o meu presente, aprender com o momento atual que é um presente de Deus.

Me revolto contra tudo isso! Quero mudar o meu presente! Quero a mudança agora! Não quero mais esperar e sentir essa insatisfação com tudo o que a matéria apresenta!

A matéria apresenta apenas restrições. Todas as tentações e ilusórias satisfações que temos são momentâneas e mentirosas. Pois nos iludem, nos mantendo como robôs programados a levar uma vida incompleta.

Não quero ter uma vida incompleta! Já não aceito mais essa vida, da forma que ela se apresenta!

Quero mudar tudo, remexer na panela, bagunçar tudo em minha volta!

Quero gritar e quebrar tudo o que existe de material em minha vida! Não quero mais nada!

Quero me libertar de tudo isso!

Porque me prendo à vida de restrição, de falta de tempo para fazer o que amo?

Porque me prendo a essa vida? Porque estou envolvida em uma ilusão de que preciso pagar as contas? De que preciso de dinheiro para viver?!

Alguma vez algum mestre me ensinou isso?

Já não consigo ver a vida da forma que os mestres a apresentam. Cheia de facilidades e leveza. Vejo oportunidades de levar toda a nossa rotina com amor e luz, independentemente de onde estivermos inseridos, mas vejo também a vida árdua que tantos levam para conseguir aceitar essa realidade.

Essa realidade é dura. A realidade que se apresenta na vida de toda a humanidade é de restrição e falta, de medo, de pavor de não ter um emprego, de ser excluído de um grupo, de ser roubado, de ser morto, medo, medo, medo!

Já não suporto que o medo tome conta da minha vida!

Coloco-o para fora agora!

Na minha vida não terei mais medo, não terei mais medo de ser feliz, não terei medo de dormir de madrugada porque fiquei com vontade de escrever.

Hoje ouvi de uma pessoa, uma moça muito querida evangélica, que me fez passar por mais de uma hora de sessão de tortura, quando fiz microblanding das sobrancelhas. Ela era uma menina doce e sábia, de uma igreja chamada Bola de Neve.

Ela me disse algumas palavras, enquanto me preparava para a sessão de tortura, que um pastor disse a ela. Ela me disse que para encontrarmos a resposta do porque estamos nessa vida, apenas precisamos nos atentar a descobrir o que nos faz sorrir, o que nos faz sofrer, e o que nos desperta emoção.

Apenas isso, veja que simples. Como a vida é simples. Diante dos olhos de uma moça inocente e querida. Que ouviu isso e absorveu o ensinamento, e procura aplicar na vida dela mesma.

Que coisa mais doce observar isso, observar essas pessoas que olhamos de longe e parecem serem tão inocentes e simples, mas que demonstram em poucas palavras grande sabedoria. Moradora de um bairro simples de uma região metropolitana de uma grande cidade. Ela me disse essas sábias palavras antes do momento de tortura.

E no momento da primeira agulhada, foi quando pensei! Nossa! Que arrependimento! As minhas amigas me enganaram dizendo que esse negócio não doía. Mas tudo bem. Permaneci até o fim, soltando lágrimas e pedindo por favor para ela parar, hahhaha. Tentando convencer ela de que já estava bom para que eu parasse de sofrer.

E vejam só. Minhas amigas me enganaram. Me falaram que não doía essa coisa de microblanding. E então e fui, com coragem e força. Senti dor, sim! Senti muita! Mas quando não há ninguém para cultivar o medo em nós, acabamos nos jogando na vida com coragem.

E eu, com medo de me jogar na vida, nas experiências que se apresentam. Que tenho medo, mesmo diante de tantos ensinamentos que recebo, de segui-los. Eu que tenho tanto medo de fazer o que me faz sorrir. De deixar um pouco de lado o que me faz sofrer. E de buscar dentro de mim o que me desperta emoção. Eu estava deixando tudo isso ser consumido pelo medo.

Grande sábia essa moça que faz a microblanding de sobrancelha, que mostrou a mim um lado novo da vida.

Ela não percebe o quanto as pessoas podem mudar a vida delas a partir de uma simples experiência, e como o caminhar dela, apenas fazendo o seu trabalho, sem expectativa, acaba ajudando as pessoas a refletirem e repensarem sobre as próprias vidas.

Pois para nos libertarmos do medo que nos consome e nos mantém distantes do que nos faz sorrir, precisamos apenas nos jogar sem nos deixar consumir pelo medo. Sem dar ouvidos aqueles que tentam nos cultivar o medo. Devemos apenas esvaziar a mente e nos jogarmos no que nos faz felizes.

Minha querida amiga que me disse que a microblanding não doía, foi a pessoa que jogou a semente, para que eu pudesse me jogar na experiência, vendo apenas lá na frente, no horizonte, o futuro que se formava, e que me fazia sorrir. Pois eu sabia que iria ficar linda!

Ela mostrou a mim o futuro feliz, e me deu coragem dizendo para não ter medo. E era apenas isso que eu precisava para me jogar na experiência com coragem. Onde eu sofri sim, muito, mas que agora terminou, e estou sorrindo feliz com minha sobrancelha linda. E a única coisa que me impediria de sorrir seria o medo, se eu tivesse dado oportunidade a ele de se manifestar.

Então assim é a minha e a nossa vida. Nos deixamos levar pelo medo. Não damos ouvidos àqueles que jogam a semente nos incentivando a nos jogarmos nas experiências. Fechamos os olhos e a intuição aos sinais que a vida nos traz, nos mostrando que não é preciso ter medo. Mas que sim, a partir do momento que nos jogamos na experiência da vida, sem o cultivo do medo, encontraremos o momento do sorriso final.

A estrada que leva ao sorrir pleno, pode ser dolorosa, mas que nos trará de forma definitiva a felicidade.

Aqueles motivos para sorrir, aqueles poucos momentos das nossas vidas, podem se transformar em um estado único, de plenitude e felicidade. E não se restringir a apenas alguns momentos curtos dentre tantos outros de sofrimento.

O que faz com que permaneçamos inseridos na vida a levar os nossos dias como uma montanha russa de sofrimento e sorrisos, é apenas o medo. É a falta do olhar para dentro de nós, a falta de nos descobrir internamente, que é o despertar do sentimento. Como o pastor falou à moça, e ela me contou, que precisamos descobrir o que nos faz sorrir, o que nos faz sofrer e o que desperta as nossas emoções.

Quando olharmos para dentro de nós mesmos a cada despertar de emoção, derramaremos lágrimas, o que poderá parecer que é o sofrimento se manifestando. Mas quando vamos mais a fundo a descobrir o real motivo do despertar da emoção, vemos que o sofrimento é apenas a falta do sorrir.

O que falta é transformar a vida em mais momentos de sorrir. Descobrir o que nos faz sorrir, e trabalhar para que esse momento se torne mais presente em nossas vidas, através do despertar interno, do olhar para os nossos sentimentos.

Como eu estou agora? Adivinha! Sorrindo!!!!!!

Após passar por toda essa experiência e chegar em casa inserida no sofrimento, sem entender o que se passava dentro de mim, eu apenas comecei a escrever com o pensamento de que não me importo que é tarde, ou que tenho que acordar cedo amanhã, ou que tenho que canalizar as respostas do Pergunte aos Mestres ainda hoje, mas sim me joguei no computador para escrever. Coloquei aí todas essas palavras, para então ao final desenhar no meu rosto um belo sorriso. Que não foi desenhado na agulha como a microblanding, mas que foi desenhado com o coração, e que vou trabalhar para se tornar permanente em minha vida.

Pois o sorriso que desenhamos com o coração se torna eterno para nós, assim eu espero.

Gratidão a todos por estarem comigo e fazerem parte dessa minha experiência.

Michele Martini - 21 de março de 2017

Fonte: http://www.pazetransformacao.com.br/